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Arquitetos: UMA Collective
- Área: 420 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Museu das Máquinas Falantes em Alcobaça foi inaugurado no 25 de Abril de 2024, tendo o projecto para a sua instalação sido iniciado em 2017. Alberga uma coleção de mais de 5000 peças relacionadas com o som, telecomunicações e radiodifusão, colecionadas por José Madeira Neves e posteriormente adquiridas pelo Município de Alcobaça.
Localizado junto ao Mosteiro de Alcobaça, o museu desenvolve-se em dois pisos, com uma saída no nível inferior para uma ponte que atravessa o rio Alcoa.
O Museu tem uma área total de 420m², dos quais 330m² são dedicados à exposição. Os interiores foram integralmente remodelados para albergar o novo programa, que inclui o Posto de Turismo de Alcobaça na zona de receção.
A remodelação do interior, anteriormente ocupado por lojas comerciais, colocou vários desafios; desde logo pode serem espaços descaracterizados, com geometria e malha de pilares estruturais bastante irregulares e uma área livre reduzida face à dimensão do espólio.
O conceito arquitetónico assentou na criação de espaços com formas curvas, inspiradas na representação de ondas sonoras, que organizassem e hierarquizassem o espaço disponível, introduzindo sinuosidade e intimismo à exposição e criando ambientes com tons neutros e predominantemente escuros de forma a destacar a diversidade morfológica e cromática das peças da coleção.
O percurso museológico encontra-se estruturado por quatro câmaras de forma elíptica, delimitadas por planos brancos curvos que suportam a maioria da informação gráfica da exposição. Estas câmaras foram concebidas como espaços de maior desafogo, possuindo tetos acústicos, divisórias curvas em gesso cartonado e iluminação instalada em sancas embutidas no teto.
Nos interstícios destas quatro câmaras elípticas surgem antecâmaras expositivas que albergam peças em nichos e vitrines, com pé-direito mais baixo e tetos acústicos lisos.
As peças de mobiliário expositivo, maioritariamente executadas em madeira lacada, foram desenhadas à medida das peças da coleção, num longo trabalho realizado em estreita colaboração com o curador da exposição Alberto Guerreiro.